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Emlurb aplica mais de 170 multas na Compesa por problemas em obras nas ruas do Recife

Segundo autarquia da prefeitura da capital, empresa do Estado foi notificada por infrações que custarão R$ 5,8 milhões aos cofres públicos, este ano

Publicado: 30/05/2024 às 11:06

/Foto: Arquivo/Aluísio Moreira

/Foto: Arquivo/Aluísio Moreira


A Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), ligada à prefeitura, já aplicou, este ano, 172 multas à Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).
 
Somadas, essas infrações vão custar R$ 5,8 milhões aos cofres públicos estaduais.  
 
As informações foram readas pela Prefeitura do Recife, na manhã esta quinta-feira (30).

Essas multas foram aplicadas por causa de problemas em obras realizadas nas ruas da cidade. 
 
Entre as falhas estão: falta de sinalização, sinalização deficiente ou ausência de identificação, descumprimento de prazos legais, falta de remoção de entulho de obra e ausência de recomposição do pavimento.

Segundo a Prefeitura do Recife, apenas no mês de maio, três multas foram aplicadas na Compesa por descumprimento de prazos e falta de autorização para obras e serviços da companhia. 
 
As três penalizações aplicadas totalizam mais de R$ 60 mil. 

De acordo com a gestão, a autarquia já havia comunicado à Compesa que as vias tinham sido recentemente beneficiadas por ações de recapeamento da Prefeitura do Recife, "mas a Companhia não levou em consideração os avisos, intervindo na pavimentação mesmo sem consentimento". 

Nos dias 13 e 24 deste mês a equipe técnica de fiscalização da Emlurb identificou a realização de intervenções da Compesa na Avenida Saturnino de Brito, no bairro de São José, e na Avenida Engenheiro Antônio de Góis, Pina, respectivamente.

Em ambas as ocasiões, o objetivo foi a “construção de rede de abastecimento de 250mm”, e a infração das duas foi a falta de solicitação de permissão de natureza “normal”, o que, segundo a Prefeitura, afronta a Lei Municipal Nº 18.355, de 19 de julho de 2017. O Artigo 15 aponta a pena de multa de cerca de R$ 14 mil para cada situação similar.

Ainda conforme afirmado pela gestão municipal, no dia 6 deste mês, a Compesa iniciou uma intervenção no pavimento da Avenida Saturnino de Brito, tendo como data prevista para término o dia 21 do mesmo mês. 

A prefeitura informou que 16 dias após o início da obra, no dia 22 de maio, a equipe de fiscalização da Emlurb verificou trechos da intervenção sem a recomposição do revestimento asfáltico, o que caracteriza um serviço indevidamente finalizado, sem a existência de solicitação de prorrogação de prazo no sistema da autarquia dentro do período legalmente permitido. A pena é multa por volta de R$ 7 mil por metro quadrado. Após as medições e cálculos, o total ultraou os R$ 35 mil para esta infração.

Multas em 2024

A Prefeitura do Recife informou que, em 2024, a Compesa já foi notificada por diversas ocorrências, e recebeu multas pelas seguintes irregularidades: sem licenciamento (35 processos); falta de sinalização ou sinalização deficiente ou ausência de identificação (12 processos); e descumprimento de prazos legais (122 processos); além de outros motivos, como falta de remoção de entulho de obra e ausência de recomposição do pavimento. As autuações de 2024 totalizam 172 notificações correspondentes ao montante financeiro que ultraa os R$ 5 milhões e 800 mil.

A Lei Municipal 18.355/17 (Lei do Pavimento) está vigente e prevê cinco penalidades: iniciar a execução de obras que interfiram no pavimento dos logradouros públicos ou obras de pavimentação das vias públicas, sem solicitar a anuência à autarquia; danificar a via pública e não iniciar, em um prazo de vinte e quatro horas, sua recomposição; executar obras de recomposição do pavimento dos logradouros públicos e da pavimentação de vias públicas em desacordo com as normas técnicas específicas para a matéria; deixar a empresa ou concessionária ou permissionária de serviços públicos responsável pela obra de identificar-se por meio da instalação de placa indicativa com, no mínimo, 1,5 metros quadrados; e não entregar o plano quadrimestral.
 
O que diz a Compesa 

Procurada pela equipe do Diario de Pernambuco, a Compesa informou que "iniciou, desde o último mês de janeiro, uma nova modelagem contratual de manutenção de redes de abastecimento de água. Serviços como conserto de vazamentos, pavimentação, troca de ramais, novas ligações e substituição de trechos críticos de tubulações antigas que apresentam fragilidades, têm ado por uma nova metodologia contratual, de performance".
 
A Companhia esclareceu "que atua conforme prescreve a legislação, o que diz respeito à classificação das ações realizadas, a exemplo dos serviços executados na Avenida Antônio de Góes, no bairro do Pina, e na Avenida Saturnino de Brito, no bairro de São José. Estas são intervenções que precisavam ser feitas para não comprometer o fornecimento de água dos bairros de Brasília Teimosa e Pina".
 
Ainda de acordo com a Compesa, o "quantitativo de 170 multas anunciado pela Prefeitura do Recife diverge do número recebido pela Companhia, que é de 137 notificações. Já foram emitidas defesas para todas estas apresentadas, que estão sendo acompanhadas em reuniões específicas com representantes da prefeitura. Do valor total das multas aplicadas, 87% foram decorrentes de contratos de manutenção de redes vigentes até o ano de 2023".

"Todas as notificações de multas am por análises técnicas e jurídicas para fundamentar os recursos cabíveis a serem apresentadas pela companhia", diz a nota.
 


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